terça-feira, 6 de julho de 2010

Diário de um Cupido - 2ª Parte - Capitulo 2

 Voltei a mim depois do espanto e olhei para a porta pensando na melhor maneira de sair dali sem que o professor percebesse ou qualquer outra pessoa da sala. Mas pensando bem, não ia da muito certo, o jeito era lidar com aquilo. Não sei nem por que eu estava daquele jeito. Na melhor das hipóteses, a reabilitação pode ter dado certo e ele deve ter esquecido o que aconteceu, mas nunca se sabe. Então o jeito era lidar com aquilo de uma forma madura. Primeiro, eu já tinha 18 anos e a briga aconteceu quando eu tinha 16, acho, tanto faz. Segundo, ele não era tão crianção pra guardar maguas de dois anos atrás, e olha só quem tá falando, o garoto que ficou um ano sem ir pra escola com medo de fazer amizades. Ai ai. Enfim, coisas acontecem, aguas passam pessoas morrem, então ele já deve ter esquecido. Ser positivo! Essa é a solução, espero.
  Ele sentou umas cinco cadeiras longe de mim e nem me reconheceu, ainda bem, pois se ele estivesse com ressentimentos ele não teria hesitado e tinha pulado em cima de mim dizendo: " Seu filho da mãe! Você detonou com o meu namoro..." ou coisa parecida, mas ele não o fez.
  Bate o intervalo e eu quase corro pra fora da sala. Se não fosse pelo gesso na minha perna, eu teria corrido de verdade, mas sou interrompido pelo Gui segurando no meu ombro.
  - Cara!! Você ta bem? Parecia que você ia explodir lá na sala. Tava mais vermelho que um tomate. - Eu achei estranho. Ta certo que eu sou branco e fiquei mais por causa do tempo que eu passei dentro de casa, mas tão vermelho assim é viagem.
  - Err... Foi mal. Nervoso. Muuuitoo.
  - Pooor queee? - Me perguntou a Jess.
  - Coisas passadas. - Respondi. A essa hora já estávamos sentados num banco do pátio do colégio.
  - Não me diz que ainda sobre o tal do menino que espancou a namorada dele por causa que ele pensava que ela tava traindo ele com você? - Falou Mari e depois parando pra respirar.
  - É. Pode ser.
  - O que foi exatamente? - Perguntou Gui.
  - Ele meio que está entre nós. - Falei meio sem graça.
  - Como assim? Já vou dar umas surras nele. - Falou Gui.
  - Você vai mesmo bater em um colega de classe recem chegado? - Falou uma voz meio grossa de mais pra nossa idade, vindo de trás do Gui, que estava em pé. O Gui se espantou ao mesmo tempo que virava e protegia o rosto. Minha cabeça havia perdido todo sangue da cabeça e estava começando uma dor de cabeça por causa disso.

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