sábado, 20 de março de 2010

Diário de um Cupido - 1ª Parte - Capitulo 3 2/2





   O resto do bimestre foi monótono, o que só eram quebrados com as longas conversas que eu tinha com os meus dois amigos, um escondido do outro. 
   Durante os dias as brigas dos dois iam piorando, ficando mais violentas, claro que não chegavam a haver violência física, mas chegava perto.Até que um dia eu peguei os dois brigando antes de começar a aula e ouvi a conversa deles pela porta. Eles estavam discutindo sobre a amizade deles comigo. Ele dizia que ela era uma fofoqueira que falava mal de nós dois pelas costas e ela que ele era um pilantra que só queria colar de mim nas provas ou coisa parecida. Eu achei um absurdo, porque tudo o que eles estavam chingando um para o outro nenhum dos dois fazia.
   Quando eu ia entrar na sala pra interromper a briga veio uma confissão.
   Enquanto ela continuava com a cascata de palavras. Ele pediu um tempo pra ele falar e disse as palavras mais impossíveis que eu ouviria ele falar para a Mariana, uma pessoa que ele odiava até a alma. 
   - Eu te amo. - disse ele. Eu fiquei boquiaberto e feliz, é claro, mas depois disso eu me decepcionei com ele por causa das palavras que estavam saindo da boca dele no instante após a revelação. - Eu estava usando o Angel pra chegar até você, ele só era uma isca para você, porque eu sabia que você iria fazer amizade com ele só para me chatear.
   Isso foi a gota d’água pra mim, mas ainda tinha mais, a Mariana, a menina que era totalmente ao contrário do que o Guilherme havia me falado estava fazendo juz as palavras dele.
   - Eu também o usei para chegar até você, eu sempre gostei de você. - disse ela. Aquilo fez crescer uma raiva em mim que eu queria entrar ali e chingar os dois até um deles sair chorando dali. Não acredito as pessoas que estavam me fazendo voltar ao normal e me fazendo esquecer certas coisas do passado, foram as que mais me magoaram, eu sabia que isso ia acontecer de novo, como eu sou burro.
   Eu não sabia o que fazer. Eu não sabia se entrava na sala, porque já havia batido a campa ou se eu ia embora e me fechava para o mundo de novo, só que dessa vez iria ser pra valer. Eu decidi entrar e passar por eles sem falar nada fingindo que eu não tinha ouvido aquela conversa. Então eu entrei, eles olharam para mim e depois um para o outro pensando que talvez eu tivesse ouvido a pequena conversinha deles.
   - E aí Ang... Tudo bem? Você ouviu alguma coisa antes de entrar na sala? - perguntou o Guilherme, "meu melhor amigo". Apenas fiz olhar para ele com os olhos semi-cerrados  e corri pra fora da sala rumo à saída da escola. 
   Quando eu sai da sala eu só ouvi os dois dizerem ao mesmo tempo - Ele ouviu. - E então começaram a correr atrás de mim. Eu não me importei com os encontrões e baques que eu estava levando no caminho, eu só queria sair dali. Eu corri e corri com os dois atrás de mim sem saber para onde eu estava indo, até que de repente eu ouço um grito, depois uma luz branca bem na minha frente, uma buzina e uma dor de um segundo só. Sirenes, um choro e gente conversando. Depois mais nada
   


Diário de um Cupido - 1ª Parte - Capitulo 3 1/2

  O resto do mês teve os dias iguais, ou seja, longas conversas com o Guilherme, que era meu novo melhor amigo e com os amigos dele que agora eram meus também. Mas teve uma semana que ele faltou e eu comecei a andar com a Mariana. Ela me pareceu totalmente o contrario do que o Guilherme havia me contado ela era bem popular e fazia sucesso com os garotos, o que era de se esperar, pois ela era muito bonita.

   Na saída, ela veio parecendo desesperada falar comigo, o que foi meio assustador. Quando ela chegou, ela perguntou para onde eu morava.
   - Subindo a rua. Não é tão longe. - respondi
   - Ai que tudo... Eu moro pra lá também. Posso ir com você? - perguntou ela, o que eu já esperava por causa da pergunta.
   - Mais é claro. :) - falei. Então fomos.
   Enquanto nós iamos, obviamente conversávamos, mas a coisa é que ela falava mais do que eu. Falava, falava e falava. Era como se o assunto não terminasse. Eu já estava ficando meio assustado com a capacidade de ela falar muito sobre assuntos variados.
   À uma quadra da minha casa, ela parou de falar e se despediu de mim e falou que a casa dela ficava naquela rua, caso eu precisasse de algum amigo pra conversar ou coisa parecida. Eu apenas ri e disse que a minha era a terceira nessa quadra e que se ela precisasse também, era só bater lá em casa.
   - Então cuidado e vá pela sombra. - falei rindo.
   - Sei, sei. Vou sim. - falou ela. Então dei um beijo em seu rosto e acenei com a mão enquanto eu começava a andar de costas em direção a minha casa. Ela fez o mesmo e se virou para ir embora. 

quarta-feira, 17 de março de 2010

Diário de um Cupido - 1ª Parte - Capitulo 2

 No intervalo, eu fiquei conversando com o Guilherme, que me apresentou ao seu grupo de amigos, que além do mais são bem legais. Quando ele foi comprar o lanche dele, ele me perguntou se eu queria ir com ele, mas eu disse que eu ficaria bem onde eu estava. Eu não estava com muita fome. Assim que ele saiu veio uma menina falar comigo. 
   - Oi, prazer, Mariana. 
   - Oi, Angel. Eu acho que te conheço... Você não é uma daquelas meninas que foi falar comigo? Foi mal eu ter saido daquele jeito.
   - Não, que nada, não tem problema. A culpa foi nossa por ter ido logo te enchendo de perguntas. - falou ela,. Só fiz rir. - Então, o que você ta fazendo sentado com o Guilherme. Ele não presta e é uma má influencia. Melhor você não sentar com ele.
   - Olha, eu não acho que ele seja isso não. Ele é bem gente fina e não parece o tipo de pessoa que faria mal a alguém. - falei, tentando defender o meu novo amigo.
   O que ela fez foi só rir ao longo que o assunto da conversa vinha ao longe. Quando ela percebeu que ele estava vindo, ela foi embora dizendo tchau e que tinha sido um prazer me conhecer. 
   - Por que você tava falando com ela e o que? -  perguntou ele logo que chegou. Eu só fiz rir um pouco.
   - Nada não, ela só se apresentou... sozinha agora. :) - falei.
   - É o que você pensa, primeiro elas chegam de mansinho se apresentando parecendo bonitinhas e coisas do tipo, mas elas só querem uma pontinha pra começarem a fofocar. Ah, quando eu disse "valentões", eu quis esse tipo de "valentões": as fofoqueiras. Toma muuuito cuidado com essas. - me advertiu ele. Eu ri bastante, não desesperadamente, mas ri bastante. Fofoqueiras sendo os "nossos valentões" era muito engraçado pra manter uma cara de séria que eu vinha mantendo a quase um ano. Eu precisava descontrair.
   O resto do dia foi normal, o que tirou o tédio foi o Guilherme com suas historias dos anos anteriores naquela escola, e nossa quanta historia ele tinha pra contar.
   Ao voltar pra minha casa a minha mãe foi logo perguntando como foi o primeiro dia. Eu só queria ir pro meu quarto e descansar um pouco antes de fazer os deveres da escola, mas, ao mesmo tempo, eu não queria que a minha mãe ficasse no meu pé perguntando como foi.
   - Foi normal, nada de mais. - com certeza não tinha sido um nada de mais. - Eu já fiz algumas amizades e já arrumei alguns inimigos, por assim dizer. 
   - Ha, eu te falei, não te falei? - falou ela, apontando o dedo bem na minha cara e pulando de alegria. E então ela foi preparar um lanche pra “comemorar” a minha volta as aulas. Uau, minha mãe queria mesmo se livrar de mim.
   O primeiro dia tinha sido bom. Espero que seja assim o resto do ano, espero. :)

sábado, 13 de março de 2010

Diário de um Cupido - 1ª Parte - Capitulo 1


  A minha mãe estava buzinando no meu ouvido para eu ir para a aula, mas eu já tinha dito para ela que eu não iria mais pra escola, não depois do que aconteceu.
 - Filho, você tem que ir pra escola. Já faz quase um ano que você não vai. - falou ela.
 - A senhora sabe o porque. - retruquei.
 - Isso já é passado. Não da pra você esquecer e ir pra aula? - disse ela com uma cara meio que de raiva.
 - Ta bom! ¬¬' - então eu fui me arrumar.
 Minha mãe já vinha me perturbando à bastante tempo desde que expulsaram um garoto do meu antigo colégio depois daquele acontecimento. Não gosto nem de lembrar.
  Eu fui para o colégio, mais pra ela não me perturbar mais, pois a vontade era o de menos e o medo de fazer novos amigos me dominava, mesmo com os meus dezoito anos.

 Quando eu cheguei no colégio, logo percebi que não ia dar muito certo. Pensa bem, um garoto que estudou a vida toda em escola pequena, ir para um colégio enorme, não é coisa boa, pelo menos é o que eu penso. Uma coisa que eu não gosto muito, é o fato de todas as pessoas olharem para mim, pois eu era o garoto do sonho de todas as garotas, não que eu não goste que elas me olhem, mas muita gente olhar já é demais.
 Logo que eu cheguei na minha sala, umas meninas vieram falar comigo, mas logo me livrei delas, pois eu não estava com saco pra falar com bajuladoras, que com certeza elas eram. Então fui me sentar e ai caiu a ficha que voltar as aulas é um saco, principalmente depois de um ano.
 Quando eu estava sentado, esperando o professor entrar, que por sinal demorou bastante, um garoto que estava na minha frente, se virou para falar comigo. Eu não podia sair dali que nem um louco e deixar ele falando sozinho só por causa do meu medo de fazer novos amigos.
  - Prazer, Guilherme. - falou ele.
  - Ah... Oi... Angel. - respondi.
  - Legal o seu nome. Nunca conheci alguém com esse nome. :) - disse ele. Não sei o que a minha mãe estava pensando quando me deu esse nome, certo que significa anjo, mas qual é? 
  A nossa conversa foi mais ele me falando de alguns eventos que aconteciam na escola e o porque daquelas meninas irem falar comigo.
  - Elas só foram falar com você pra fazer amizade e se acharem e pra descobrir algum podre seu pra poderem fofocar. 
  - Sério? Eu desconfiei que fosse isso. :) - falei rindo, coisa que eu não fazia há um bom tempo.
  - Ah.. Mais uma coisa. Toma cuidado com os valentões que tem aqui na escola, to falando sério. - falou ele.
  - Tá bom. - falei, com uma cara meio espantada, porque era ridículo ter valentões no 2º ano do ensino médio e nessa idade. 
  Quando iamos voltar a conversar, o nosso professor entra e vai pedindo pra todo mundo se ajeitar e dizendo que as férias acabaram e etc. As coisas estavam indo bem por enquanto, nada que me lembrasse aquela época havia acontecido. Ainda bem.